Por Jaguar
Se Vinicius tivesse conhecido o Pirajá, nunca teria dito que São Paulo é o túmulo do samba. Moacyr Luz já tinha me falado do bar, com a maior empolgação. Ele, Luís Carlos da Vila, Walter Alfaiate, Beth Carvalho, Nei Lopes, João Nogueira, Monarco e outros bambas já participaram de muitas rodas de samba lá. Acabei indo, na minha Busca Insaciável do Prazer (BIP). E não me arrependi.
Não é só o samba. Os donos, apaixonados pelo Rio, fizeram na Brigadeiro Faria Lima (difícil um endereço mais paulista) uma esquina carioca, a começar pela calçada, cópia fiel do calçadão de Copacabana. Nas paredes, preciosidades como o manuscrito da letra de O bêbado e a equilibrista, de Aldir Blanc, o primeiro cardápio do Zicartola e um painel de, nada mais nada menos, Milton Bravo.
Sem falar das centenas de fotos e caricaturas dos maiores representantes da música do Rio, de Noel Rosa e Vinicius, de Nelson Cavaquinho a Paulinho da Viola. Comidinhas e bebidinhas só não encontráveis em típicos botecos cariocas, cada vez mais raros. Retrato de São Jorge com seu inseparável dragão com uma luzinha vermelha embaixo? Tem. Moela? Tem. Ovo colorido? Também tem.
E é certamente o único lugar em São Paulo onde se pode tomar um chope e dois pastéis e não, como antes, um chops e dois pastel. Até CDs de samba, difíceis de achar, tem lá. Peço sempre o filé à milanesa, com um ovo e molho de tomate.
Para o cardápio, a pedido do Garrido, um dos sócios, bolei o Zé do Pi, sambista-propaganda do bar, uma mistura de Zé Kéti e Zeca Pagodinho.
Bar Pirajá. Av. Brigadeiro Faria Lima, 64, esquina de Pedroso de Morais. Pinheiros. Tel. (11) 815-6881