Março de 1943. O senador Napoleão de Alencastro Guimarães era diretor da Estrada de Ferro Central do Brasil, no Rio de Janeiro.
De uma janela em frente ao cais do porto viu um vagão, estacionado num desvio, com mostras visíveis de abandono.
Anotou o número e de lá mesmo telefonou para o Departamento de Patrimônio:
– Eu quero falar com o chefe.
– Quem deseja falar com ele?
– É Napoleão de Alencastro Guimarães, diretor da Central.
A voz perdeu a cor quando pediu “um minutinho, doutor!”.
– Quero que o senhor me informe onde está o vagão de número tal, tal, assim, assim.
– Um instante só, doutor.
Três minutos depois, a voz repete o número para conferir.
– É este mesmo, confere.
– Doutor, esse vagão está no desvio de recuperação, em Brumadinho, Minas Gerais, para reparos de urgência.
O que você faria no lugar dele? Exatamente o que o senador fez.