Por Agamenon Mendes Pedreira
Eu, como brasileiro… Quer dizer, eu não como ninguém, nem mesmo a Isaura, a minha patroa. Enfim… Eu, enquanto cidadão brasileiro, venho me sentindo o mais completo idiota, um zé-mané e imbecil profissional de carteira assinada.
Afinal de contas, um montão de gente vem roubando há um tempão em quantidades siderúrgicas, em dimensões hidrelétricas, em cifras supersônicas, em valores petroquímicos, enquanto o otariano aqui se dedicava a aplicar pequenos golpes, achaques miserinha, extorsões de mixaria achando que era o Pica das Galáxias. Se tivessem me convidado para essas jogadas milionárias, hoje não estaria passando necessidade, no miserê, e, ainda por cima, seria um Guerreiro do Povo Brasileiro.
Enquanto isso, um sujeito entra numa pizzaria e faz um pedido para viagem. Vem então uma mala (o pedido era para viagem) e, no lugar da mussarela e da calabresa, a pizza vem recheada com quinhentos mil reais, que ele pega correndo e bota num táxi. Depois tira 35 mil para pagar a corrida e não pede recibo nem troco.
No Palácio do Jabáru, o esconderijo secreto do Temer, o presidente em pessoa recepciona um açougueiro (antigamente era o padeiro ou o leiteiro) de madrugada, escondido da mulher e de todo o resto do Brasil, e acaba com o lombo assado. Depois de confessar, a dupla de corrupção universitária Joesley e Wesley acerta a Mega Delação Premiada e se manda para Nova York, com o iate e tudo.
“Devido de que” à crise, a violência nas grandes metrópoles só aumenta: roubaram os ossos do Garrincha! Deve ser para botar na sopa… Em Brasília, o PT fez um congresso à luz do dia e a polícia nem apareceu. No final do encontro, o ex-presidente e futuro presidionário Luiz Inácio Lalau da Silva diz que não vai ser preso, pois não tem provas. Claro que não! Lula nem terminou o primário.
(*) Agamenon Mendes Pedreira é mala sem alça e sem foro privilegiado.