Boemia

Amazônia Tribal SUP: o Havaí é aqui!

Postado por Simão Pessoa

Filho do psiquiatra Rogélio Casado e da engenheira florestal Silene Pessoa, o manauara Pablo Casado sempre foi apaixonado por esportes desde criança. Até a adolescência, praticou natação, judô, jiu-jítsu (onde chegou à faixa preta), voleibol e futebol. Depois de adulto, enveredou pela trilha dos esportes radicais: paraquedismo, canoagem em corredeiras, asa delta, parapente e, durante quase 10 anos, foi produtor e apresentador do programa Expressão Esportes – pioneiro na difusão dos esportes radicais na Amazônia.

Em uma de suas viagens a Fortaleza (CE), em 2009, Pablo descobriu o Stand Up Paddle (SUP) sendo praticado na Praia do Futuro e ficou encantado. Não deu outra. Se transformou no primeiro atleta profissional da modalidade no Amazonas, montou o flutuante Amazônia Tribal SUP, na Praia Dourada, no igarapé do Tarumã, em Manaus, e atualmente é presidente da federação amazonense do esporte. No flutuante é possível alugar pranchas, receber instruções básicas e fazer cursos de aperfeiçoamento tendo como instrutor o próprio Pablo Casado.

– O Amazonas é o Havaí do Stand Up Paddle. Temos condições ideais para praticar o esporte aqui no entorno de Manaus. A água é tranquila, quente, sem falar na paisagem exuberante que nos cerca – diz ele. – Dentro de mais alguns anos seremos um autêntico celeiro de campeões nacionais da modalidade.

Apesar de ter se iniciado no esporte quando já tinha mais de 30 anos, Pablo Casado detém marcas importantes na carreira como o Aloha Spirits, em 2014, quando enfrentou mais de 300 atletas, o título brasileiro em 2015 e o vice-campeonato em 2017. Em 2016, o Comitê Olímpico Brasileiro o escolheu para ser um dos atletas a carregar a tocha olímpica durante a passagem do símbolo máximo dos Jogos Olímpicos por Manaus.

Pablo também foi o primeiro amazonense a realizar a maior expedição de SUP da região amazônica. Ele saiu de Manaus e foi até à Ilha de Parintins, em cima de sua prancha, remando mais de 450 quilômetros, das 6 da manhã às 6 da noite, durante cinco dias.

Atualmente, ele coordena o projeto SUPerar, no qual ensina Stand Up Paddle a aproximadamente 100 crianças carentes das comunidades do Tarumã, Novo Livramento e Tupé. As aulas gratuitas são realizadas no flutuante Amazônia Tribal SUP.

– Imagina a gente pegar uma criança, dar o treinamento e a alimentação que ela precisa para se tornar um atleta de alto nível. Tenho certeza que daqui do nosso estado podemos tirar outros campeões. Eu, com 38 anos, fui campeão brasileiro. Então, imagine a gente pegando uma criança, treinando ela, fazendo todo o trabalho de base. Seria fantástico! – diz ele.

SUP MANAUS

História do Stand Up Paddle

Ao que tudo indica, o SUP começou a ser praticado na praia de Waikiki, no Havaí, no início dos anos 60. O termo Stand Up Paddle (literalmente “remar em pé”) é chamado na língua havaiana de Ku Hoe He’e Nalu (Ku= em pé, Hoe=Remar, He’e=Surfar, Nalu=Onda), e sua história está diretamente ligada ao surf. Naquela época, os professores que instruíam seus grupos sobre como surfar se mantinham em pé nas pranchas, apoiados com um remo, com o intuito de terem maior visibilidade.

Em meados dos anos 2000, alguns dos principais surfistas havaianos como Laird Hamilton, Brian Keaulana e Rick Thomas, iniciaram a prática de SUP como forma de alternar os treinos de surf, na impossibilidade de praticá-lo quando o mar não estava em condições favoráveis. Os demais surfistas começaram a fazer o mesmo e a cada ano o esporte ganhou mais adeptos, até a criação de eventos específicos como o Makaha’s Big Board Surfing Classic e Molokai to Oahu Paddleboard Race.

O SUP pode ser praticado em quatro modalidades: Race, Wave, Freestyle e Rafting. A Race tem como objetivo terminar o percurso no menor tempo possível e ultrapassar a linha de chegada antes dos outros competidores. A prancha possui tamanho grande e parte frontal parecida com o desenho de uma canoa, para adquirir maior estabilidade e se manter em linha reta, enquanto os remos possuem a pá maior, para garantir mais velocidade.

O objetivo da modalidade Wave é integrar o surf clássico ao uso do remo, em que o praticante deve surfar e utilizar o remo como auxílio para realizar as manobras. A prancha possui design parecido com a de surf, porém com uma leve curvatura ao fundo e três quilhas. A modalidade Freestyle é a mais praticada, pois o objetivo é apenas realizar manobras com a ajuda do corpo e do remo. E a Rafting é praticada por quem aprecia descer enormes corredeiras de rios e cachoeiras.

Quem estiver interessado em começar a praticar esse esporte verdadeiramente ecológico, bastar dar uma chegada na Amazônia Tribal SUP, que não vai se arrepender:

Endereço: Praia Dourada – Tarumã Açu.

Dica: ir na Estrada da Praia Dourada até o final

Funcionamento: De segunda a sexta, das 12h às 18h. Sábados, domingos e feriados, das 8h às 18h.

Preços: R$ 25 (meia hora por pessoa) e R$ 40 (uma hora por pessoa). Incluso no preço instrução, equipamentos e fotos. É cobrada uma taxa de permanência no flutuante de R$ 10 para quem não vai remar.

Atrativo: O instrutor Pablo Casado é atleta de alto nível de SUP e considerado o grande nome do esporte na região amazônica.

Contato: 99122 0702

Sobre o Autor

Simão Pessoa

nasceu em Manaus no dia 10 de maio de 1956, filho de Simão Monteiro Pessoa e Celeste da Silva Pessoa.
É Engenheiro Eletrônico formado pela UTAM (1977), com pós-graduação em Administração pela FGV-SP (1989).
Poeta, compositor e cronista.
Foi fundador e presidente do Sindicato de Escritores do Amazonas e do Coletivo Gens da Selva.

Leave a Comment