Roleta zoológica, muito popular no Norte-Nordeste nas quermesses e arraiais do período junino: uma roda em posição vertical, furada no meio, giratória, com desenhos de bichos nas beiradas, separados por pregos. Rodada à força, quando para, uma lâmina flexível mostra o bicho vencedor, e o dono do engenho paga ao apostador que acertou.
Chegou na roda o coronel Feliciano, mode fazer uma fezinha.
– Vinte mil-réis na vaca – casou.
O barraqueiro rodou a roda. Deu gato.
Mais um palpite do coronel:
– Quarenta mil-réis na vaca!
Rodou. Deu bode.
– Oitenta mil-réis na vaca!
Rodou, rodou, rodou. Cavalo.
O coronel, já de cara amarrada, meteu a mão nos bolsos, tirou mais dinheiro e um revólver 38 cano longo, com cabo de madrepérola.
– Tá aqui! Cem mil-réis na vaca, sujeito!
Leão.
O barraqueiro, taxativo, recolhendo o dinheiro da banca, entregando tudo ao coronel.
– Deu leão, mas para o coronel Feliciano, leão e vaca é a mesma coisa…