Em 1995, na terça-feira gorda, a Band resolveu transmitir os principais bailes de carnaval do país, como o da Ilha Porchat Clube, de São Paulo, e os tradicionais Vermelho e Preto, Baile da Cidade e Scala Gay, do Rio de Janeiro, entremeados com flashes ao vivo de outros bailes que estavam acontecendo nas principais capitais brasileiras. Nesse caso, as emissoras filiadas eram responsáveis pela geração das imagens.
Funcionando como âncora estava o apresentador Otávio Mesquita, falando ao vivo do baile da Ilha Porchat.
Lá pelas tantas, ele anunciou:
– Vamos ver como é que está o Baile do Havaí, no Tropical Hotel, em Manaus.
Um apresentador da terra entrou no ar falando aqueles chavões rebarbativos (“a coisa aqui tá pegando fogo”, “é o melhor carnaval da cidade”), enquanto a câmera mostrava uma animação meio-bomba, com casais de meia-idade, uma profusão de bêbados e centenas de peruas visivelmente entediadas.
No estúdio, o diretor de imagens da TV Rio Negro percebeu a exuberante atriz Gisela Prochaska sambando numa mesa a alguns metros do apresentador e mandou o recado pelo “ponto”:
– Enquadra na Prochaska! Enquadra na Prochaska!
O apresentador transmitiu o recado para o câmera Faísca:
– O Ediney, lá do estúdio, está pedindo pra você enquadrar na Prochaska.
Faísca não pensou duas vezes. Ele se aproximou de uma louraça belzebu usando um sumário biquíni branco quase transparente, que estava sambando animadamente em cima de uma mesa, e enquadrou a precheca da distinta.
Por muito pouco Faísca não encostou a câmera no monte de vênus da menina. Um verdadeiro close ginecológico pra todo o Brasil ver.
Apesar de ser metido a malandro, Otávio Mesquita interrompeu a esculhambação meio sem jeito:
– É, realmente, o negócio lá em Manaus está pegando fogo! Tem cada prochaska que vou te contar…
O câmera Faísca foi mandado embora no dia seguinte, pra aprender a nunca mais confundir prochaska com precheca.