Por Marcos de Vasconcellos
Boate mista e misturada em Lisboa. De um tudo, ou de uma tuda, como diria Jeff Thomas com seu sense of humour: senhoras de família, de vida airosa, de vida airada, executivos, lúmpens de luxo, curiosos, lusitanos e estrangeiros.
Dois estrangeiros, levados pelo alfacinha Alfredo Nobre: o jornalista Mauritônio Meira e o advogado José Geraldo Costa. Pelos nomes, suspeito que brasileiros.
Alfredo, querendo agradar os convidados e a si próprio, chamou três cachopinhas que estavam, segundo Mauritônio e seu implacável eufemismo, available.
Vieram à mesa. Abancaram-se. José Geraldo e Antônio Nobre levaram duas do trio para dançar. Mauritônio preferiu bater papo.
A rapariga que lhe destinaram, iniciou-o. O papo, quero dizer:
– Como se chamam no Brasil as moças como nós?
Mauritônio, o Eufemista, adoçou o caroço. Dourou a pílula, quero dizer:
– Chamamos de call-girls, scorts, acompanhantes, moças de programa, por aí.
– Aqui – disse a jovem e apetitosa alfacinha – somos putas.