Julho de 1977. O prefeito de Manacapuru, Joaquim Antônio de Melo, o “Quinca Melo”, está visitando as vilas de Sacambu, Araras, Campinas e Caviana, para conferir se os geradores elétricos foram nelas instalados, como era desejo da população interiorana havia algumas décadas.
Chegando no Caviana, Quinca Melo foi recebido por uma multidão em festa. Além da instalação do grupo gerador, ele havia mandado construir uma nova ponte de madeira, que ligava a comunidade ao restante do município, rompendo o isolamento insular do local.
Subindo em um palanque improvisado, Quinca Melo resolveu fazer um pequeno discurso.
– Muitos prefeitos qui passaro aqui, prometêro, prometêro, mas num cumpriro. Eu não. Eu num prumeti nada. O certo é que a ponte está fazida!
Seu filho mais novo e principal assessor político, Eloivan “Soldado” Melo, que estava posicionado ao lado, sussurrou:
– Num é “fazida”, pai, é “feita”…
Quinca Melo nem ligou para a observação:
– Feita ou fazida, meu filho, a palavra já foi dizida…
E desceu do palanque para receber o abraço agradecido dos moradores.