No final da década de 50, o arquiteto Sérgio Bernardes projetou o Pavilhão de São Cristóvão, no Rio de Janeiro.
Tratava-se de um projeto abusado para a época, mais ou menos inspirado nos trabalhos do engenheiro alemão Frei Otto, conhecido por suas pesquisas e seus projetos de tendas ultraleves e de alta performance.
Consistia num grande anel recurvo e ovalado de concreto, na periferia do largo de São Cristóvão, de onde pendiam cabos de aço e, sem quaisquer apoios centrais, criavam uma grande malha suspensa, cobrindo toda a área do largo.
Uma tarde, o então presidente Juscelino Kubitschek foi visitar as obras, juntamente com Sérgio Bernardes.
Admirado com a grandeza do empreendimento, Juscelino perguntou ao arquiteto:
– Dr. Sérgio, isso não tem perigo de cair não?
– Se cair, presidente – respondeu o arquiteto – vai ser a maior tarrafada do mundo!
O pavilhão nunca caiu e se transformou no maior pavilhão de exposições do Rio de Janeiro até a construção do Rio Centro, inaugurado em 1977.