Começa na terça-feira, 16 de janeiro, a exposição “Sinta-se em Gaza”, no Clube de Cultura de Porto Alegre, um espaço de atividades artístico-culturais localizado no coração do bairro Bom Fim (Rua Ramiro Barcelos, 1.853), na capital gaúcha.
A exposição é uma iniciativa do jornal Grifo e da Grafar (Grafistas Associados do RS), entidade que congrega artistas gráficos do Rio Grande do Sul. São 50 cartuns sobre a guerra na Faixa de Gaza e sua relação com a geopolítica internacional, além de frases publicadas na seção “Entrevero” do jornal.
Entre os 20 cartunistas estão os gaúchos Edgar Vasques, Santiago, Hals, Lu Vieira, o carioca Miguel Paiva e material enviado da China, Turquia, Argentina, Irã e Cuba. “É o compromisso dos grifonianos contra o genocídio em andamento e a defesa do estado palestino”, diz Celso Schröder, um dos editores do GRIFO.
Um debate às 19h abre a exposição, que termina dia 29 de fevereiro e tem apoio da Associação Cultural José Martí do RS, do Clube de Cultura e Fepal (Federação Árabe Palestina do Brasil), e curadoria de Marco Schuster.
LISTA DOS CARTUNISTAS PARTICIPANTES: Alisson Affonso, Ares, Bier, Bruno Ortiz, Edgar Vasques, Fabiane Langona, Fan Lintao, Hals, Juska, Kayser, Latuff, Lu Vieira, Mate, Máucio Bonotto, Miguel Paiva, Nahid Maghsoudi, Oğuz Gürel, Santiago, Schröder e Tarso.
Depoimento do escritor Moacyr Scliar sobre o Clube de Cultura de Porto Alegre:
– O Clube de Cultura foi um marco importante na história da comunidade judaica de Porto Alegre, e na própria história da cidade e do Estado. Era uma entidade “progressista”, quer dizer, seus membros eram simpatizantes do Partido Comunista, gente que via na arte e na cultura fatores de transformação social. Daí porque o Clube tinha um amplo programa de atividades: palestras, apresentações teatrais, exposições… No meu caso, a ligação tinha um componente afetivo muito forte: durante anos a figura chave no Clube foi meu tio, Henrique Scliar, pai do pintor Carlos Scliar e do fotógrafo Salomão Scliar. Tio Henrique era um homem de extraordinária cultura e dedicação: quando da construção do Clube muitas vezes ele trabalhou lado a lado com os operários. O fim do sonho comunista foi um golpe para a instituição. Mas o sonho que ela representava permanece vivo.
